terça-feira, 25 de setembro de 2018

Analise custos-benefícios simplificada para a nova linha Aveiro-Almeida-Salamanca

por Mario Lopes


Comparação entre a Linha nova Aveiro-Salamanca e a modernização da linha da Beira Alta
ACB sumária

Comércio externo de Portugal por rodovia:
Importações (Estatísticas dos Transportes e Comunicações, 2016, INE, pag 70)
0,634 x 61,2 MM (milhares de milhões de euros) = 38,8 MM
Exportações (Estatísticas dos Transportes e Comunicações, 2016, INE, pag 72)
0,625 x 50 MM (milhares de milhões de euros) = 31,2 MM
Total = 38,8 + 31,2 = 70 MM
Parte que usaria a Linha Aveiro Salamanca » 50% (justificado no livro “O Imperativo da Bitola Europeia”, pag 59) = 0,5 x 70 MM/ano = 35 MM/ano (19% PIB) se se transportasse a carga por ferrovia.
Duração da situação: admite-se 50 anos (não se constroem linhas de caminho-de-ferro, para as substituir a cada 20 ou 30 anos)
Montante afectado » 35 x 50 =1750 MM/ano
Acréscimo de custos da Linha nova em relação à modernização da Linha da Beira Alta » 2,5 MM » 700 vezes menos do que as importações e exportações cuja competitividade se pretende proteger
Outros factores a ter em conta:
1 – a linha da Beira Alta terá capacidade para satisfazer uma pequena parte da procura.
2 – uma parte do tráfego passará para a via marítima.
3 - Portugal precisa de aumentar significativamente o peso do seu comércio externo relativamente ao PIB para se desenvolver. Em outros países europeus, valores das exportações de 60% ou 80% do PIB são comuns, há casos em que ultrapassa os 100%. Em Portugal é cerca de 40%.
É difícil estimar se o factor 3 compensa ou não os factores 1 e 2. Mas estes factores apenas podem afectar a análise anterior de forma ligeira e quantitativa quando comparada com a diferença entre o investimento e os potenciais benefícios, ou seja, não afecta a conclusão final.
- efeitos indirectos (consequência principal): os custos das importações e exportações afectam a competitividade de grande parte dos sectores de actividade económica. A não construção da Linha nova seria por isso um desincentivo ao investimento no Centro e Norte de Portugal e levaria à falência ou deslocalização de muitas empresas aí instaladas. Þ  empobrecimento e subdesenvolvimento do Centro e Norte de Portugal durante décadas, que seria um fortíssimo factor a acentuar desequilíbrios regionais e falta de coesão territorial no nosso país.




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