domingo, 8 de março de 2020

Comentário a um artigo sobre o transporte de mercadorias para a Europa



O texto seguinte é a transcrição de um comentário na Internet publicado por um dos sócios da Visater a um artigo publicado na imprensa, sobre a ferrovia e as ligações à Europa e é citado para ilustrar o estado de espírito dos empresários que vêem o seu trabalho contribuinte para as exportações gravemente limitado.  
A Visater é uma empresa de Matosinhos trader de químicos (500 contentores e iso-tanks por ano) e consultora ambiental.


O seu artigo Ferrovia e Ligação à Europa confirma a minha profunda dor de alma,  de que um assunto crucial, como a Logística,  seja tratado pior que irresponsavelmente.
Por via martima, no caso da minha empresa, suspenderam-se entregas via portos de Setubal e Lisboa, devido a greves permanentes, e sempre silenciadas ( os portos espanhois  agradecem); optámos via Leixões, com o correspondente aumento de custo para o adicional rodoviário. Isto significa óbvia perda de competitividade.
 As companhias são todas estrangeiras, e encontrei  gente nos transportes que desconhecia ter havido barcos nacionais no passado recente. Tanta destruição se fez, consciente e voluntariamente no setor Martimo Nacional, que se chegou ao ponto de inexistência-
No rodoviário, e vou muitas vezes a Espanha e França de carro, é impossível não perguntar até quando vão eles suportar este tráfico infernal diário de milhares de camiões (como me dizia um francês, com humor, vous etes du pays des veiculo longo) .
Comboios, se tentarem ligar para marcar um transporte....acabam por se rir de tão delirante surrealismo.
No fundo a questão reduz-se a isto : OK espanhol ao percurso Vilar Formoso - Irun/Hendaye,  contra ser o Madrid-Lisboa uma radial da capital Madrid para as suas províncias, por TGV.
E como Portugal não tem peso político para melhor solução bilateral,  nem peso político para levar o assunto a decisão de Bruxelas.....; muito pior ainda   a fraquíssima qualidade de estratégias e de decisores que se recusam  a encarar o problema ; este trajecto Elvas- Evora não é  mais do que  uma fuga ao assunto.
Pessoalmente,  sou a favor do ferroviário de mercadorias, mas com equilíbrio político ; a haver - como há - uma intolerável exigência castelhana - eu optaria decisivamente pelo marítimo de cabotagem ( porque sendo os estivadores  um assunto nacional, pode resolver-se), com capacidade também para camiões (modo RO-RO),  mas admito que a opinião tem contraditório, tal como tem também mais pontos positivos do que possa parecer.
Desculparão o incomodo, mas este assunto, além de me incomodar diariamente,  e em continuo, causa-me uma revolta e indignação profundas.

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